Era a primeira vez que o Exterminador visitava Londres. E, naquele dia, ninguém jamais havia visto algo assim: naquela manhã cinzenta de inverno, pombos carregavam envelopes que voavam desordenadamente para dentro das casas. Um comportamento no mínimo estranho até mesmo para pombos-correio. Nada explicava tal fenômeno. As pessoas, ainda que acostumadas com o fato da população de pombos ser imensa na capital inglesa, estavam assustadas, não conseguiam compreender. Dezenas de pássaros cobrindo os telhados de penas e a caixas de correio de cartas.
As cartas, sem endereço, sem remetente, sem destinatário, apenas um envelope branco, permaneciam fechadas. A superstição dominava a coragem dos moradores. Mas o Exterminador, com seu olhar curioso de visitante, não resistiu e abrir uma que acabara de cair bem próximo dos seus pés.
Sem hesitar, abriu cortando a lateral do papel. Para seu espanto, dentro havia um pequeno cartão e, escrito com um garrancho quase ilegível:
“ Bom dia! Trago toxoplasmose.”