No dia 28 de junho, os moradores da Rua João Rocha Sobrinho, no Bairro Pereira Lobo, em Aracaju, ficaram das 11h às 15h30 sem energia elétrica e sem sinal de telefone fixo, após a queda das redes que se romperam com o peso de centenas de pombos, que todos os dias, segundo os moradores da região, visitam a comunidade e se acumulam nos fios formando uma espécie de ‘varal de pombos’.
O advogado Admilson Viera da Cruz Júnior, morador desta rua, informou ao G1 que esta é a terceira vez que o problema foi registrado na região. Próximo ao meio-dia de hoje, a comunidade ouviu uma forte explosão e por sorte não passava ninguém embaixo da rede elétrica.
Segundo Admilson, as aves frequentam o local há cerca de cinco anos, depois que uma senhora de 68 anos resolveu alimentá-los diariamente. Com isso, os pombos se espalham pelas ruas do bairro e fazem ninhos nos telhados das residências causando muita sujeita.
“Vários moradores já falaram com ela para parar de alimentá-los, mas já se passaram cinco anos e ela ainda não parou. Entramos em contato com a Secretaria da Saúde e com o Ibama, mas não obtivemos sucesso”, lamentou.
A reportagem conversou com a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju (SMS) e da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema), que não têm registros de denúncias sobre este caso. Elas informaram ainda que os assuntos relacionados a fauna são da competência da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Segundo Almeida Lima, presidente da Adema, a responsabilidade é do Ibama, mas até o fechamento desta reportagem ninguém do órgão foi localizado.
O chefe de Divisão Técnica do Ibama, Romeu Boto, informou que o controle de animais domésticos não é atribuição institucional do órgão e que por ser um transmissor de doenças deveria ser verificado como um animal de zoonoses.
“Os pombos são responsáveis pela transmissão de doenças, dentre elas histoplasmose, salmonella e criptococose. Por ser animais domésticos, as tratativas são semelhantes aos demais animais domésticos. Nos ambientes urbanos, os pombos se assemelham aos cães e gatos, por isso são de responsabilidade do poder público municipal”, disse Romeu Brito.
Ele acrescentou que uma situação semelhante foi verificada no município de Estância e foi solucionada pelo Departamento de Meio Ambiente da Prefeitura com a de instalação de sensor eletrônico.
Sobre o desabastecimento da energia, o assessor de comunicação da Energisa, André Brito, informou que o rompimento do cabo da rede elétrica foi causado pelo peso dos pombos e pelo encontro das redes.
Nossa equipe ainda não conseguiu falar com a moradora, mas o espaço está aberto para se pronunciar sobre o assunto.
Fonte: G1