Maior presença dos animais nas cidades, com risco de doenças, tem preocupado especialista; assunto foi debatido em comissão da ALMG nesta quinta.
Uma comissão da Assembleia de Minas Gerais estuda medidas para reduzir a população de pombos nas cidades do Estado. O motivo é a quantidade de pragas e agentes patológicos que podem ser transportados pelas aves.
Para reduzir o número de animais, é necessário reduzir o acesso de pombos a abrigos e alimento, apontou o biólogo Carlos Frederico Loiola, membro do Conselho Regional de Biologia. O problema foi tema da audiência pública realizada nesta quinta-feira (27/8/15) pela Comissão Extraordinária de Proteção dos Animais da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
O objetivo dos deputados foi debater metodologias e ações para o enfrentamento responsável do fenômeno, evitando-se com isso a matança desses animais, que podem transportar agentes patológicos.
A disseminação descontrolada de pombos é classificado em muitos países como um grave problema urbano. Além do desequilíbrio ambiental em virtude da competição com outras espécies de aves, suas fezes ameaçam monumentos e edifícios históricos e podem transmitir dezenas de doenças.
É o caso, por exemplo, da criptocose, que pode evoluir para meningite; a histoplasmose, que ataca os pulmões; e a salmonelose, com distúrbios gastrointestinais. Por todos esses motivos, se há alguns anos eles eram até tolerados em áreas urbanas, sobretudo como uma atração em praças e jardins, aos poucos têm despertado uma atenção maior das autoridades.
“O problema não são os pombos; são as nossas edificações, que favorecem essas espécies oportunistas. Basta ver a proliferação de ratos e baratas. No caso dos pombos, eles gostam de locais altos, como prédios e igrejas, mas também são veiculadores dos agentes da doença. Mas é preciso esclarecer que não são eles que provocam diretamente as doenças, e controle é diferente de eliminação”, esclareceu Carlos Loiola.
O especialista defendeu a implementação de programas educativos e estratégicos para alertar a sociedade sobre as intervenções possíveis.
“Existem soluções de fácil implementação, mas na maioria das vezes falta vontade. Elas podem ser barreiras físicas, repelentes ou até mesmo gerador de campo eletromagnético. Também temos dificuldades, por exemplo, com o trabalho em alturas e no uso de ferramentas não agressivas”, completou.
Deputados vão cobrar providências
O deputado Noraldino Júnior destacou a importância da discussão e o papel da comissão de cobrar ações do poder público.
“Muitos podem achar o tema de pouca importância, mas com a criação desta comissão, recebemos inúmeras solicitações para temas a serem abordados. Também temos recebido pedidos de vários prefeitos, da Secretaria de Educação e até do Ipsemg sobre o mesmo problema em prédios públicos como escolas e hospitais por todo o Estado”, informou.
“É fato que falta informação. Até mesmo as autoridades não sabem bem o que fazer e pediram que as conclusões da comissão sejam enviadas, com sugestões de metodologia para abordar tecnicamente o tema”, alertou o deputado Noraldino Júnior.
Segundo o parlamentar, as informações levantadas nesta e em outras audiências futuras darão origem a um diagnóstico e requerimentos de ações do Poder Executivo.
Já a deputada Ione Pinheiro reforçou a necessidade de uma ação em conjunto. “Essa ave simboliza a paz, tem até um apelo religioso, mas também é uma questão de saúde pública. Precisamos coordenar os esforços das áreas de saúde e educação, entre outras esferas da administração pública, pois a maioria das pessoas não têm conhecimento das doenças que podem ser transmitidas. Mas ninguém quer também que eles sejam simplesmente exterminados”, destacou.
Com informações da ALMG