Um leitor do Blog da Insetan tem problemas com piolho de pombo em casa. A dúvida dele é se os ovos destes insetos parasitas conseguem eclodir, se desenvolver se proliferar dentro de caixas de papelão.

A especialista em controle de pragas urbanas e responsável técnica da Insetan, Viviane Avelar, explica que o piolho de pombo é  um inseto pertencentes a ordem Mallophaga (que também são conhecidos por mastigarem pelos e penas. São insetos pequenos, com 1 a 11 mm, não têm asas e têm corpo achatado piloso com aparelho bucal mastigador bem forte).

Quando estes piolhos se reproduzem, colocam os ovos no corpo do hospedeiro, colado em pelos ou penas. Dos ovos nascem as ninfas que já têm um aspecto semelhante aos adultos (4 a 7 dias na fase de ovo, 15 a 20 na fase de ninfa e, depois, torna-se adulto (após duas trocas de casca – ecdises).

“Como regra, desde que nascem permanecem num só hospedeiro; no entanto, quando dois animais ficam em contato entre si, podem passar de um para o outro”, explica a bióloga.
Estes insetos se alimentam-se de pelos (espécies pilívoras) e de escamas da pele. As espécies penívoras ingerem produtos retirados das penas. Algumas espécies podem ingerir sangue que aflora na pele ferida do hospedeiro. As malófagas dos pombos são as que mais nos preocupam nos centros urbanos e são duas espécies mais encontradas parasitando essas aves: a Mallophaga columbicola e a Columbicola columbae.

“As malófagas não atacam o ser humano e nem transmitem doenças aos animais; contudo, quando a infestação nos pombos (por exemplo, com ninhos nos forros das casas, especialmente se houver frestas), for muito grande, o prurido que causam em seus hospedeiros é exasperante e eles se coçam sem parar, provocando queda desses insetos de seu corpo.”

Dessa forma é comum encontrarmos esses piolhos de pombos aos milhares naquele ambiente e que podem cair desse forro nos recintos abaixo. Quando isso acontece, as malófagas rapidamente procuram se abrigar entre dobras de tecidos que possam existir nesse recinto.“Imagine o que vai acontecer se elas caírem em um quarto de dormir ou mesmo em uma sala onde haja sofás e quetais”, ilustra a especialista, “quando bate a hora da fome, essas malófagas procuram o que comer e talvez subam pelo corpo de alguma pessoa (especialmente se ela estiver dormindo) e vão tentar mordê-lo em busca de alimento. Obviamente não encontram o que procuram, mas daí o mal e o incômodo já está feito. Principalmente se esse hospedeiro errático for alérgico à picadas e mordidas de insetos. Como os ovos são colados às penas não é costumeiro encontra-los em outros locais fora o animal parasitado, como em caixas de papelão.