As aranhas da espécie Caerostris darwini são capazes de produzir as maiores e mais resistentes teias de que se tem notícia. Um grupo de biólogos só conseguiu descobrir o animal em 2010, em Madagascar. O nome foi dado ao aracnídeo em função do 150º aniversário do livro A Origem das Espécies, de Charles Darwin. A Caerostris darwini é capaz de lançar teias de uma margem a outra de um rio, há relatos de que ela conseguiu fazer isso numa distância de 25 metros de uma margem a outra. Porém, não se engane. Ao contrário do que se possa imaginar, essa espécie é uma das menores já encontradas.
As fêmeas medem até 1,5 centímetros de diâmetro, enquanto os machos são ainda menores, chegam a ter dez vezes menos o tamanho da delas. Para estender uma sua armadilha de uma margem a outra do rio, ela lança fios de seda que são levados por correntes de ar até o outro lado, como se fossem uma ponte. No meio dela, elas produzem uma teia circular, que pode ter até 3 metros de diâmetro. Os cientistas não sabem como uma aranha tão pequena é capaz de produzir essa quantidade de fios e teias. Ao contrário de aranhas de outras espécies, apenas a Caerostris darwini tem a capacidade de tentar capturar, principalmente insetos, acima do leito de rios. Isso, segundo os especialistas, pode ser a explicação para a resistência e para a configuração das teias produzidas por ela. Para tentar responder essa questão, os pesquisadores estão tentando entender as relações evolutivas entre as aranhas, procurando analisar como a capacidade produzir teias evoluiu durante a história.
As aranha do gênero Nephila,por exemplo, possuem teias mais grossas e com uma seda de menor qualidade, em relação à Caerostris, que fabrica fios de menor calibre, porém mais firme. Os especialistas acreditam que as características dos fios e onde eles são posicionados serviram de adaptação evolutiva para os animais encontrados em 2010. Para entender o quão resistente são os fios de seda produzidos pelas aranhas, os pesquisadores colocam cada ponta em uma máquina capaz de estica-los até que eles se rompam. Os resultados mostram que o material aguenta mais tensão que o aço, o que, para muitos, é a descoberta do produto biológico mais resistente que se tem conhecimento.
A junção de força e resistência é muito almejada por engenheiros de várias áreas do conhecimento, principalmente na escolha de materiais mais adequadas às necessidades dos projetos desenvolvidos. [BBC]
Fonte: Climatologia Geográfica09