Após uma semana de greve na coleta de lixo de Teresina já foi possível observar a enorme quantidade de lixo domiciliar produzido na cidade. Questões como essa trazem à tona os riscos que o acúmulo de lixo pode trazer à saúde da população e ao meio ambiente, como a produção e proliferação de pragas urbanas.
Entre outros fatores, esse episódio tornou mais clara a necessidade de se pensar no lixo de uma forma ampla, indo além da simples lógica do recolhimento pelas empresas especializadas. Para uma sociedade responsável, é necessário aprofundar o conhecimento e discutir sobre todo o ciclo do lixo, desde a sua produção, seu descarte pelo consumidor, transporte até o seu depósito, feito muitas vezes em áreas distantes dos centros urbanos, em locais onde poucas pessoas vivem ou frequentam.
Uma das principais dessas mazelas diz respeito à ocorrência de vetores e pragas, causadores de grande incômodo na sociedade e milhares de doenças em seres humanos. Segundo o empresário da multinacional Astral Saúde Ambiental, Ícaro Prado, o acúmulo de lixo é o cenário ideal para a ocorrência e proliferação de pragas que se alimentam de detritos do lixo, tais como ratos, moscas, baratas e pombos.
Além disso, o lixo, quando associado às chuvas típicas do verão, também favorece a proliferação de vetores como o mosquito da dengue, o Aedes aegypti, um dos principais inimigos da saúde pública no Brasil atualmente. Ou seja, a questão do lixo pode ter impactos negativos até mesmo na atual situação endêmica da dengue no Brasil.
As pragas como ratos, baratas, pombos, moscas e até formigas podem carrear microrganismos causadores de doenças graves, como febre tifoide, cólera, hepatite, leptospirose e centenas de outras, além de alergias e doenças gastrointestinais diversas. Algumas dessas doenças podem levar à morte.
“Por tudo isso é essencial que tenhamos um olhar técnico profissional para a relação entre o lixo e as pragas urbanas. É importante o serviço especializado da filosofia M.I.P (Manejo Integrado de Pragas), que é o controle das pragas sob uma ótica ampla do ambiente, levando em consideração o comportamento e o ciclo biológico da praga e sua relação com o ambiente”, avalia Ícaro Prado
Fonte: Capital Teresina