Já reparou que é cada vez mais comum vermos pessoas caminhando pelas ruas das cidades com seus animais de estimação, e mais raro de se ver crianças a brincar nos parques com seus pais? Sim, é verdade. O número de animais domésticos, no Brasil, sobe a cada dia ao passo que as taxas de natalidade caem ano a ano.
De acordo com dados divulgados dias atrás pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o país conta hoje com mais de 74,3 milhões de animais de estimação. A pesquisa apontou apenas os principais deles: gatos (22,1 mi) e cães (52,2 mi), o que indicou uma média de 1,8 cachorro por domicílio, considerando-se o conjunto de domicílios com este animal.
Apesar de terem sido divulgados há apenas um mês, os dados foram coletados em 2013, o que significa que o número pode ter aumentado.
Em paralelo, o número de crianças entre 1 e 14 anos no Brasil é de 44,9 milhões, segundo levantamento feito pelo Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) e divulgado pelo IBGE.
Em 2013, 44,3% dos domicílios do país possuíam pelo menos um cachorro, o equivalente a 28,9 milhões de unidades domiciliares. A região Sul apresentou a maior proporção (58,6%) e a Nordeste, a menor (36,4%). Na área rural, a proporção de domicílios com algum cachorro (65,0%) era superior à da urbana (41,0%).
De carona com esse crescimento, vêm os problemas de saúde pública decorrentes do aumento dos riscos de zoonoses transmitidas por ectoparasitas carregados por esses animais, como pulgas e carrapatos. Segundo o médico veterinário Paulo Lourenço da Silva, especialista em medicina veterinária preventiva, estima-se que 61% de todos os patógenos e 75% dos patógenos humanos estão relacionados às práticas das criação animal, afirma em reportagem para a revista vetores e pragas.