Você conhece o Scarabaeus satyrus? Não? Então você conhece o besouro-rola-bosta? Pois é, pode parecer um tanto escatológico e de mau gosto chamá-lo assim, mas acontece que isso tem lá seu porquê. Este inseto é conhecido por agrupar fezes formando uma bola com o dobro de seu tamanho. A mesma bola depois é levada pelo inseto até seu esconderijo. Isso porque, pasme, o material serve para atrair as fêmeas, uma vez que elas botam seus ovos ali.
OK, mas o que isso tem a ver com a Via Láctea? Tudo. Quanto mais rápido ele rolar a bola, mais rápido ele conquista a fêmea, chegando na frente dos outros pretendentes. Uma atividade simples que ganha complexidade na medida em que os olhos dos besouros são muito primitivos para dar conta de toda a orientação do animal. E adivinhe o que faz com que o besouro siga em linha reta? Isso mesmo, as estrelas, ou melhor, o conjunto delas: a Via Láctea.
Em 1995, o biólogo Eric Warrant chegou a levar os bichinhos para um planetário onde o cientista projetava variados conjuntos de estrelas. Quando projetada a imagem da Via Láctea, ficou comprovado que os besouros-rola-bosta não se orientavam pela luz da lua, mas sim, pela nossa galáxia.