Por José Junior Silva, Biólogo.

Belo Horizonte e região metropolitana de Minas Gerais estão inseridas em uma região cuja vegetação predominante é o Cerrado e Mata Atlântica, os dois Biomas mais ricos em biodiversidade do Brasil. A proximidade entre os centros urbanos e as áreas nativas favorece a aparição de animais silvestres nas residências, comércios e indústrias, com isso vem crescendo os chamados pelas empresas de dedetização para remoção desses animais encontrados.
Alguns animais como serpentes, lagartos, aves e mamíferos percorrem as matas e chegam nas cidades provocando diferentes reações, desde pânico ao presenciar uma serpente até surpresa ao avistar um tucano pousado sobre uma árvore situada em plena avenida movimentada.
A presença dos animais silvestres favorece situações conflituosas entre os animais e os habitantes das cidades. Tais conflitos variam desde a “cantoria” de pássaros como o sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris), que tem gerando reclamação de moradores por atrapalhar o sono durante o amanhecer, até o choque de aves contra edifícios que utilizam de revestimentos reflexivos os quais confundem as aves. Outros fatores como atropelamentos e a captura de animais silvestres que servirão como bichos de estimação ou serão vendidos de forma ilícita no mercado ilegal de animais marcam a presença desses animais nos grandes centros.
Todos os animais desempenham importantes funções reguladoras para a manutenção do equilíbrio e conservação biológica, sendo assim é proibido matar, perseguir ou capturar animais silvestres sem autorização dos órgãos competentes (Lei 9.605/88). Diferente das empresas especializadas em controle de pragas urbanas, o corpo de bombeiros e os órgãos ligados ao meio ambiente assim como algumas ONG’s possuem licença para manejar animais silvestres, portanto quando necessário esses profissionais podem ser acionados para recolhimento e destinação corretos dos animais encontrados nas áreas urbanas.