As formigas utilizam pelo menos três tipos de memória para se orientarem e referências terrestres e estelares para se guiarem quando andam para trás, revela um estudo publicado na quinta-feira na revista científica “Current Biology”.
“O mundo dos insetos é muito mais complexo do que se imaginava”, indicou em comunicado o Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS, sigla em francês) da França, que fez parte da pesquisa.
Os novos resultados, segundo seus dados, mostram que as formigas se orientam no espaço graças “a múltiplas representações e memórias” que põem em jogo “uma transferência de informação entre vários setores cerebrais”.
Até agora, acreditava-se que a formiga andava memorizando uma cena, por isso sempre era necessário que este inseto estivesse posicionado da mesma maneira, para que pudesse reconhecer o espaço.
No entanto, o estudo, que utilizou a espécie “Cataglyphis velox” para realizar experimentos em um deserto da Andaluzia, no sul da Espanha, indica que as representações das direções das formigas estão “concentradas no mundo exterior” e não de maneira tão “egocêntrica”, como se pensava.
A formiga é capaz de memorizar a rota, a nova direção a seguir e como recuperar, por exemplo, um pedaço de biscoito, de acordo com os testes realizados pelos cientistas, que demonstraram, além disso, que estes insetos se guiam através de corpos celestes quando se deslocam em marcha à ré.
“As formigas são capazes de manter uma trajetória retilínea, seja com movimentos para frente, seja para trás e para os lados”, indicou o CNRS, que acrescentou que, embora o cérebro do inseto seja menor que a cabeça de um alfinete, sua capacidade de orientação é “surpreendente”.
Fonte: Ambiente Brasil