Toda véspera de verão é a mesma coisa: academias lotadas de gente buscando uma barrigatanquinho, um corpinho sem gordurinhas e que caiba em roupas de banho tamanho P. E no verão de qual falamos, portanto, não seria diferente. Até mesmo o Exterminador, na ânsia de aproveitar a estação, se inscreveu nas aulas de aeróbica. Quando o verão começasse, ele estaria pronto.
Na primeira aula, já imaginava como estaria dali a 1 mês, pensava em si exibindo músculos e pernas fortes. Teve a impressão que todos ali estavam, de certa forma, projetando imagens de cada beleza ideal para si. Depois de mais algum tempo, o professor entra na sala, tão animado como um professor de aeróbica deveria ser. Todos a postos, os movimentos começaram suaves, apenas um braço para cima e a perna flexionada. Dali a um minuto, eram dois braços para cima e as duas pernas flexionadas. Depois uma lenta cambalhota, alguns pulinhos, polichinelos, flexões e de repente tudo está acelerado.
O professor se levanta de um salto, espalma as duas mãos e uma série de movimentos espasmódicos começa e recomeça. Todos copiam, inclusive o Exterminador, um tanto confuso. Pouco tempo depois o cenário é de um grupo amalucado, dançando um sapateado sem forma e sem ritmo. Aquilo, definitivamente deixara de ser uma aula de aeróbica normal.
Até que, entre um tapa e outro no ar, o Exterminador apura o olhar e se dá conta. Caminha até o tablado onde o professor se torcia e contorcia no ar e agarra algo que parecia ser muito pequeno. Um pernilongo se deixou capturar entre dois de seus dedos enquanto e professor bufava deitado de barriga no chão.